Eu andava na boa de
bicicleta na cidade. Enquanto tudo era calmo. O ar tinha cheiro de terra
molhada depois de uma violenta tempestade.
Observava eu alguns estragos,
como árvores caídas, galhos caídos em carros, até passarinhos e ovos mortos na
calçada.
Repórteres e reportagens.
Eu andei até ver uma linda
casa branca, em cima esplendorosamente havia um anjo. Calça preta, camiseta
branca, tênis prateado. Asas brancas e magníficas.
Não ousei olhar por muito
tempo. Meus olhos cansaram a vista.
Fui pra casa pensando
naquilo.
No dia seguinte, o dia estava
de sol. Um tempo gostoso.
Andava a pé desta vez.
E desta vez, ao lado da alva
casa, uma casa em escarlate. Por cima, no telhado, um demônio escarlate sem
asas, mas que voava. Ria ele de mim, me olhando.
Corri medroso.
Nessa outra vez agora, fui de
carro. Entretanto, havia um combate naquele local. Duas casas num vendaval
absurdo. O anjo e o demônio se atracavam em uma luta implacável.
Faíscas enormes de luz saíam
daquela ação e daquele local.
Até que algumas passavam por
mim e me tiravam coro e eu sofria, e não conseguia correr, como se meu pé
tivesse sido firmado.
O meu livramento talvez foi
ter levado um lampejo em meus olhos. No que eu vi tudo branco e esplendoroso.
Depois a escuridão.
Acordei no hospital.
Tive alta no mesmo dia.
Agora de bicicleta, o curioso
quis ir lá ver as duas casas novamente.
A branca estava toda rachada,
mas firme.
A
outra em ruínas. Lucas Pestana
facebook e instagram: @lucaspestana702