sexta-feira, 15 de junho de 2018

Treva Romântica



     Ele não via a hora dormir. Era nos sonhos que eles se encontravam. Com ela também era assim, não via a hora de ir pra cama. No meio da noite seus sonhos se fundem misteriosamente para que vivessem (sonhassem) o “olho do olho”.
      Nuvens estavam no solo. Tranquilo.
      Mas, a rua começou a sua violência: tiros, mortes, estupros.
      Os olhos dela assustados, logo ele a pega na mão e se escondem numa loja de presentes românticos. Contudo, não podia e não havia clima de romance, mas sim de medo e pavor.
      Um grande urso de pelúcia começou a se movimentar, se aproximara para abrir a sua barriga e convidar a se adentrar por ela. Toparam. Parecia ser um portal.
      No outro lado, tudo parecia ser tão infantil. Ele estava uma criança, ela também. Eles começam a brincar numa surreal fusão de infantilidade e maturidade, eram mais crianças que adultos numa sala cheia de brinquedos.
      Ele foi para os carrinhos que surrealmente eram realistas, haviam pequenas pessoas lá dentro, e como se ela fosse menino brincava sorrindo amável pra ele.
      Ela menina adulta teve uma ideia quando viu e ouviu uma boneca que chorava como um bebê de verdade. Brincou de ser mãe e chamou o que seria o pai de mentira de querido, quando se aproxima sorri. Ele deu um beijo leve com os olhos fechados, e quando abrem são dois adolescentes num ginásio que estava havendo um show de Rock.
      Passou-se um tempo curtindo os dois aquele som emocionante, que um cara se aproxima e da em cima dela, no que ele então lhe dá um soco no rosto que o atira até o palco, mais precisamente na bateria estragando a diversão de todo mundo. Todos então se revoltaram e o casal teve que fugir.
      Saíram pelo portão e trancaram com chave.
      Correram até ficarem meio longe e decidiram sem medo olharem pra trás pra ver se ia ficar tudo bem. Mas o portão explodiu, e começaram a ver a transformação de rostos humanos se transformarem em rostos de monstros.
      O tempo estava obscurecendo, e enquanto eram perseguidos, homens de terno apareciam, atiravam e matavam, doando uma arma extra a cada um dos dois. E numa deliciosa psicopatia começaram a matar. Assassinos de ilusões sorriem um tanto diabólicos depois do extermínio e se beijam ardentes.
      No entanto, para o desprazer de ambos, ao se encerrar o beijo, viram que estavam rodeados de espíritos vingativos. E começa o assombro. Não conseguem mais se salvarem, estavam inúteis, o que podiam fazer com aqueles demônios? Cada tiro, cada chute, cada soco eram tudo em vão. Olham um para o outro com expressão de dor. Poderiam ao menos se enlaçar em meio ao tormento. E agora numa escuridão ambos eram afligidos por eles até ela gritar forte: aaaahhhhh!
      O pesadelo acabou assim que ambos cada um em sua casa acordaram suados e opressos.
      Não era hora de pensar nela agora, e nem ela nele. Não era hora de pensar no amor, ou de se preocupar se ambos ainda vão um dia saber aonde o outro mora. Era a hora da misericórdia. Eles precisavam muito se livrar do mal que oprimiam suas cabeças.

Lucas Pestana

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quarta-feira, 6 de junho de 2018

Amada Santa


      O Sol aparecera depois de muitas nuvens brancas, iluminando os olhos castanhos tão claros e o cabelo louro da jovem Teresa que mais ainda então cativava Marcos, um homem bem adulto, viúvo, com seus quarenta anos.
      Louvores se ouviam da catedral, reforçando a santidade intensa da moça que amava a Deus sobre todas as coisas. O homem, no entanto amava ela mais que tudo, ele sabia quem era ela, e pra ele ela tinha mais bondade que Deus. Ela também o amava e desejava que ele fosse seu único homem na vida, ela o conhecia bem, seu primeiro beijo seria com ele, a moça de dezoito queria aqueles lábios até que a morte pudesse os separar.
      Essa moça fazia milagres, com uma caridade profunda que sentia pelos enfermos ela o curou de um câncer no leito de um hospital pelo poder divino.
      Essa santa cativou corações de crianças, adolescentes, homens, mulheres e avançados em idade. Sua fama crescia pelo mundo, era adorada pelos cristãos, pretendida utopicamente por muitos e platonicamente por muitas.
      Marcos tinha a sorte de ter acesso sempre que queria com ela, e queria a todo instante na verdade, mas ele tinha senso e dava suas pausas. Ele a amava extremamente, e não cumpria o mandamento sagrado de amar a Deus sobre todas as coisas.
      – Amo-te mais que Deus.
      Ela decidiu trabalhar essa questão com ele. Marcos já amou a Deus mais que tudo, mas depois que conheceu um de seus anjos ficou assim.
      Foram meses de conversas iluminadas até que esse amor chegou bem perto de ultrapassar o sentimento profundo por ela.
      O conteúdo divino e inspirador que esse homem tinha agora surpreendia Teresa dando ainda mais potência ao amor por ele.
      Foi em uma manhã, na casa na sala de Marcos, quando ele foi buscar um café apaixonado pra ela, ao voltar vê ela morta, a causa ele não sabia, mas seu espírito apenas desencarnou.
      Ele não aceitava, chorava e questionava a Deus.
      Mas ele tinha fé e esperança, pensava: talvez eu consiga, eu não, Deus, posso O convencer. Se ele lhe devolver a vida serei tão grato, mais que isso, eu o amarei mais que tudo, como não ser assim se é ela a minha felicidade?
      Levou ela para sua cama larga de viúvo.
      Ele então clamava a Deus de todo o coração, com toda a angústia que sentia.
      Foram horas buscando o milagre, até o anoitecer, que suas forças se esgotaram, um sono veio, e ao lado dela ele dormiu. A lua forte clareava o quarto.
      Sonhos estranhos e esquecíveis ele teve, até chegar a esse cenário:
      Dentro da igreja, penas iluminadas flutuavam no ambiente. Ela toda de branco, com asas de anjo, se aproxima de Marcos, e o abraça com doçura, suas alas o envolviam. Ela coloca a mão cálida direita no rosto dele e diz:
      – Obrigada. Tua fé me dera a chance de te dar o meu e receber todo esse seu maravilhoso amor.
      Ela em seus lábios o beija, fazendo-o acordar.
      Marcos decidiu cerrar os olhos novamente. Ela ainda o beijava.

Lucas Pestana

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segunda-feira, 4 de junho de 2018

Nova Era


Nova Era

     Calmo estava o dia para Abel e sua mulher. O homem brincava com a tranquilidade na cama cômoda, diversão com seus devaneios:
    Sua linda esposa o beijando. O filho que não tinham chorando. Um navio naufragando, e ele super-herói.
    Acaba a calmaria e vem tribulação. Ele e sua mulher eram apenas duas vítimas, cada um com uma arma apontada na cabeça.
    As joias milionárias no cofre logo estavam nas malas dos doze vilões.
    Escárnio nojento e aproveitador de uma mulher violenta que não se aguenta e faz um grande corte no rosto da madama indefesa que grita de dor. E Abel vocifera:
– Hei!
    Bandido:
– Vai fazer o que? Quer morrer? Fica quieto aí.
    Ela chorava muito. Abel consola:
    – Calma amor, eles saindo eu te levo ao hospital – E foi assim.
    Os bandidos ficaram ricos tendo um olimpo de trevas, vivendo vazios de alma até o fim. Depois do olimpo o sheol.
    A mulher ficou com uma marca no rosto. E depois da alta médica viviam suas vidas, desapegados e consolados.
    Esse lindo casal tinham o mais essencial. Eles que eram poderosos em material, eram fortes espirituais.
    Eles que tinham um Céu na Terra, na caridade faziam pequenos paraísos a muitos.
    Ela agora num dia calmo estava na cama a devanear:
    O toque amoroso do seu esposo. O riso do filho que não tinham ainda. Praia, sua família, e a harmonia de pessoas felizes.
    Desperta e se relaciona com seu homem.
    A semente de um anjo foi colocada nela através do ato sagrado do amor, e dentro dela se evoluía.
    Uma porcentagem enorme de paz foi derramada a Terra, pessoas estavam mais humanas agora, houve um mudar psicológico na mente das gentes.
    O filho nasceu e cresceu, rindo e chorando, mas com a sorte de uma era mais pacífica.
    Foram tantas as viagens da família em um mundo novo e maravilhoso.
    E foi num dia, numa praia, que o jovem encontrou a sua moça.
    Sua mãe vive e vê tudo aquilo com a recordação que teve há muito tempo: de um simples devaneio similar tal sólida realidade.

Lucas Pestana

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